malas....quanta coisa vou levando ....
passado,presente e futuro, tudo juntinho,em proeza de arrumação.
e eu e elas apenas num destino!
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
fadiga!
queria ter um amigo, que falasse uma lingua morta, sem jeito de ressuscitar.
eu teria de aprender outro jeito de me comunicar e quem sabe assim, entenderia melhor o que ele pensa!
eu teria de aprender outro jeito de me comunicar e quem sabe assim, entenderia melhor o que ele pensa!
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
preparativos
malas abertas em cima da cama, papeis sobre a mesa indicando tantas providencias ainda por tomar, os dias com suas mesmas 24 horas, parecem apresentar apenas 18,com duração de 32!
a alma se acalmando com floral, o corpo com massagem,o ego com orgulho bom!
hoje a Clarice me perguntou se a neta ja nasceu?
Claro que não, respondi. Ela esta esperando eu chegar !
A interferencia de amor que estou ansiosamente aguardando conhecer tem nome: Lys.
a alma se acalmando com floral, o corpo com massagem,o ego com orgulho bom!
hoje a Clarice me perguntou se a neta ja nasceu?
Claro que não, respondi. Ela esta esperando eu chegar !
A interferencia de amor que estou ansiosamente aguardando conhecer tem nome: Lys.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Arte
na mão direita,
lavava a chupeta,
no braço esquerdo
segurava o bebê,
os olhos naquela agua
que parou o tempo!
lavava a chupeta,
no braço esquerdo
segurava o bebê,
os olhos naquela agua
que parou o tempo!
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
cheiro bom
perfuma suave
pra indicar o caminho
de terra fofa
com sombra e sol
de dia
com lua e estrela
de noite
e a gente
pra sentir!
pra indicar o caminho
de terra fofa
com sombra e sol
de dia
com lua e estrela
de noite
e a gente
pra sentir!
domingo, 14 de fevereiro de 2010
presente especial
um galho de rosas
vermelhas
com perfume original
de jardim regado
por quem plantou o pé
e regou ate hoje
passado de mão pra mão
pela fresta do portao
cuidadosamente
4 rosas vermelhas
tão abertas
escancaradas
explicitas
no mesmo galho
juntinhas
tao companheiras
da mesma solidão.
vermelhas
com perfume original
de jardim regado
por quem plantou o pé
e regou ate hoje
passado de mão pra mão
pela fresta do portao
cuidadosamente
4 rosas vermelhas
tão abertas
escancaradas
explicitas
no mesmo galho
juntinhas
tao companheiras
da mesma solidão.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Florianopolis....
Além do "l", suprimi um verso do poema tambem.
Pra me redimir, a integra:
Lagoa de Conceições
Marinas
E concessões
Rendeiras
Que margeiam águas
E circundam bilros
Tecendo no ar
Diferentes desenhos iguais
Rendo-me aos encantos
Do "canto da lagoa".
Pra me redimir, a integra:
Lagoa de Conceições
Marinas
E concessões
Rendeiras
Que margeiam águas
E circundam bilros
Tecendo no ar
Diferentes desenhos iguais
Rendo-me aos encantos
Do "canto da lagoa".
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
"Objetivo da arte" Braz Uzuelle
OBJETIVO DA ARTE
A arte pura, por princípio não é objetiva, pelo menos no sentido que a palavra sugere: Algo a ser alcançado, portanto dissociado de quem a produz.
Quando dizemos “objetivo” referimo-nos a um objeto ou situação, extrínseco a nós e manifestado “fora”, e com ênfase no objeto ou situação.
Ora, o mote da arte é exatamente manifestar algo que está “dentro”.
E manifestação não tem “alvo”. Pelo menos quanto ao que nos interessa.
Podemos estudar arte na sua história, nas suas técnicas e possibilidades e assim nos transformar em eruditos ou profissionais da arte, o que não nos revela, ...artistas. Podemos também estudar estética e sua aplicação, e ainda assim não nos transformaremos em artistas.
Aliás, segundo Heidegger, “a estética é a negação da arte”.
Fala-se muito em arte “subjetiva” e “objetiva” principalmente nos estudos de Gurdjieff, mas entendo que o adjetivo é mal compreendido, considerando que toda arte é subjetiva, pela sua própria natureza no sentido de que a arte revela um mundo interior e por extensão –e intenção– subjetiva.
Beethoven, com suas nove sinfonias, não teve escopo nenhum a não ser criá-las. Poderíamos dizer que a finalidade “revela-se” a quem abre espaço interior para que o “objetivo” de Deus encontre ressonância nele –artista–.
Mas, podemos trocar a palavra “arte subjetiva” por “arte sem espírito” e aqui ela faz todo sentido, e nesta acepção, a arte subjetiva se reveste de uma finalidade (objetivo) que geralmente é –ou sempre é– egoísta. E quando ela se cobre de objetivo é: mais venda, glamourização, sucesso, e toda manifestação egóica.
A arte, desprovida de finalidade, e cuja expectativa do artista que a exercita somente é uma manifestação da sua verdade interior, abre espaço para a revelação da verdade universal, e com certeza atinge a sua “finalidade”.
Poderiam objetar que Michelangelo, Vivaldi e outros gênios criaram, sob encomenda, mas para os sábios, –que compreendem as regras e transcendem-nas (transgridem)– tudo é permitido.
Falo agora do meu “objetivo” na arte:
Autoconhecimento, auto-exploração, e toda conseqüência que daí vier. Em primeiro lugar, o medo é o grande empecilho que nos impede de vivenciar e criar “arte”, e em última análise, medo é a antítese do ...“amor”.
O medo pode travestir-se de várias maneiras que não cabe aqui, abordagem. O primeiro passo, é tomar coragem e se desvencilhar de camadas que acobertam a “essência” do que nós somos, e a primeira camada é ...o medo; de não fazerem direito, de não corresponderem expectativas de uma auto-imagem criada, de desagradarem aos deuses, da frustração, de achar que não merecem, etc.
A prática da arte obriga, em primeiro lugar ou em algum momento, a estar só e consigo mesmo, e quem não consegue ir fundo na sua “solidão” não vai longe e nem fundo, demonstrado –intencionalmente– na nossa pequena prática de meditação.
A arte implica em “expansão da consciência”, e ela é, em alguma medida, transgressora, e se for bem compreendida a palavra, –naquilo que nos diz respeito– transgressora de nossos limites pessoais.
Nada contra, obviamente, à arte utilitária ou aplicada, nas suas diversas manifestações estéticas; decoração, paisagismo, arquitetura, design etc. –todas filhas diletas da Grande Arte Universal– mas, certamente, quem se emancipou de seus limites restritivos, sendo profissional nestas áreas, produzira “o belo” com maior consciência e consistência.
A arte pura, por princípio não é objetiva, pelo menos no sentido que a palavra sugere: Algo a ser alcançado, portanto dissociado de quem a produz.
Quando dizemos “objetivo” referimo-nos a um objeto ou situação, extrínseco a nós e manifestado “fora”, e com ênfase no objeto ou situação.
Ora, o mote da arte é exatamente manifestar algo que está “dentro”.
E manifestação não tem “alvo”. Pelo menos quanto ao que nos interessa.
Podemos estudar arte na sua história, nas suas técnicas e possibilidades e assim nos transformar em eruditos ou profissionais da arte, o que não nos revela, ...artistas. Podemos também estudar estética e sua aplicação, e ainda assim não nos transformaremos em artistas.
Aliás, segundo Heidegger, “a estética é a negação da arte”.
Fala-se muito em arte “subjetiva” e “objetiva” principalmente nos estudos de Gurdjieff, mas entendo que o adjetivo é mal compreendido, considerando que toda arte é subjetiva, pela sua própria natureza no sentido de que a arte revela um mundo interior e por extensão –e intenção– subjetiva.
Beethoven, com suas nove sinfonias, não teve escopo nenhum a não ser criá-las. Poderíamos dizer que a finalidade “revela-se” a quem abre espaço interior para que o “objetivo” de Deus encontre ressonância nele –artista–.
Mas, podemos trocar a palavra “arte subjetiva” por “arte sem espírito” e aqui ela faz todo sentido, e nesta acepção, a arte subjetiva se reveste de uma finalidade (objetivo) que geralmente é –ou sempre é– egoísta. E quando ela se cobre de objetivo é: mais venda, glamourização, sucesso, e toda manifestação egóica.
A arte, desprovida de finalidade, e cuja expectativa do artista que a exercita somente é uma manifestação da sua verdade interior, abre espaço para a revelação da verdade universal, e com certeza atinge a sua “finalidade”.
Poderiam objetar que Michelangelo, Vivaldi e outros gênios criaram, sob encomenda, mas para os sábios, –que compreendem as regras e transcendem-nas (transgridem)– tudo é permitido.
Falo agora do meu “objetivo” na arte:
Autoconhecimento, auto-exploração, e toda conseqüência que daí vier. Em primeiro lugar, o medo é o grande empecilho que nos impede de vivenciar e criar “arte”, e em última análise, medo é a antítese do ...“amor”.
O medo pode travestir-se de várias maneiras que não cabe aqui, abordagem. O primeiro passo, é tomar coragem e se desvencilhar de camadas que acobertam a “essência” do que nós somos, e a primeira camada é ...o medo; de não fazerem direito, de não corresponderem expectativas de uma auto-imagem criada, de desagradarem aos deuses, da frustração, de achar que não merecem, etc.
A prática da arte obriga, em primeiro lugar ou em algum momento, a estar só e consigo mesmo, e quem não consegue ir fundo na sua “solidão” não vai longe e nem fundo, demonstrado –intencionalmente– na nossa pequena prática de meditação.
A arte implica em “expansão da consciência”, e ela é, em alguma medida, transgressora, e se for bem compreendida a palavra, –naquilo que nos diz respeito– transgressora de nossos limites pessoais.
Nada contra, obviamente, à arte utilitária ou aplicada, nas suas diversas manifestações estéticas; decoração, paisagismo, arquitetura, design etc. –todas filhas diletas da Grande Arte Universal– mas, certamente, quem se emancipou de seus limites restritivos, sendo profissional nestas áreas, produzira “o belo” com maior consciência e consistência.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
para Drumond/Pessoa por Uzuelle
Uma pedra
no meio do caminho
um caminho
no meio da pedra
nenhuma pedra
no caminho do meio.
no meio do caminho
um caminho
no meio da pedra
nenhuma pedra
no caminho do meio.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
engoli um L.....
Fiquei com o "l" do nome da poesia !
acho que foi de propósito.
Florianopolis - (cidade de flores)
Flor de Liz
Lys - neta de amores
desabrochante......
que me custa esperar.
acho que foi de propósito.
Florianopolis - (cidade de flores)
Flor de Liz
Lys - neta de amores
desabrochante......
que me custa esperar.
saudade de praias....e poema de Braz Uzuelle
Forianópolis
Lagoa de Conceições
Marinas
E concessões
Rendeiras
Que margeiam águas
Tecendo no ar
Diferentes desenhos iguais.
Rendo-me aos encantos
Do "canto da lagoa".
Lagoa de Conceições
Marinas
E concessões
Rendeiras
Que margeiam águas
Tecendo no ar
Diferentes desenhos iguais.
Rendo-me aos encantos
Do "canto da lagoa".
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
"Vajar é preciso" Zysman
Viajar é preciso!!!!
Zysman Neiman
A tomada de consciência sobre a degradação ambiental detonou, no final do século XX, uma reflexão sobre a lógica econômica e o equilíbrio planetário que condiciona a sobrevivência da humanidade. Dentre os diversos movimentos surgidos desde então, o Ecoturismo desponta como fenômeno social e econômico.
A sociedade contemporânea, como se encontra organizada, é quase sempre carente do contato direto com a natureza. É privada, portanto, das oportunidades de vivências pessoais e de crescimento espiritual decorrentes dessa ligação. Esse contato direto oferece a possibilidade de experimentarmos “velhas emoções” e resgatarmos sentimentos pessoais que foram esquecidos no processo de desenvolvimento da nossa sociedade. O crescimento do número de visitas às áreas naturais nos últimos anos vem nos mostrar que, tal como das artes, precisamos do contato com a Natureza selvagem, com a nossa fonte de vida. O alerta para a provável escassez dos bens naturais despertou os indivíduos adormecidos às questões ambientais, que mais que depressa se viram “obrigados a conhecer” esses atrativos antes que se esgotem. Isso transformou as paisagens e seres em “produtos” e atraiu mercados.
O ecoturismo iniciou-se como atividade econômica no Brasil em meados da década de 1980, e desde então tem crescido em todas as regiões do país nas quais há belas paisagens naturais e os aspectos tradicionais da cultura são marcantes, sendo possível encontrar nessas localidades agências, hotéis e pousadas que oferecem pacotes ecoturísticos.
A definição do Ecoturismo prevê que os indivíduos possam entrar em contato com as áreas naturais garantindo a sua sustentabilidade econômica e ecológica, incluindo-se aí suas populações tradicionais que assumem a responsabilidade de cuidar e, através de sua cultura, integrar-se a essas áreas de modo a preservar seu equilíbrio.
O Ecoturismo é hoje uma atividade que funciona como instrumento de aproximação entre o ser humano e o meio ambiente selvagem, principalmente em Unidades de Conservação, incorporando alguns pressupostos, como o questionamento de valores, a aprendizagem através da experiência, e a promoção da busca de reformulações para os aspectos indesejáveis da vida cotidiana. É portanto, uma atividade educativa. Pode-se aproveitar a situação de contato para incorporamos a importância da conservação da natureza, de uma forma agradável e bem contextualizada. Numa viagem de Ecoturismo deve-se refletir sobre o que é de fato necessidade, segurança, conforto ou o que é supérfluo, apontando para uma reformulação da questão da individualidade/individualismo nos processos coletivos. O ambiente natural precisa deixar de ter apenas valor utilitário ou comercial e passar a ter valor existencial. Se ele precisa existir para que eu também exista, devo ter cuidados com ele sem esperar algo em troca.
A busca do “eu interior”, da beleza, da estética, do diferente e do primitivo é uma constante no discurso dos praticantes do Ecoturismo, mas essa pretensão não afasta um sentimento essencialmente egocêntrico. Crer na existência de espaços naturais como mero pré-requisito para sua existência, não o diferencia daqueles para os quais a natureza é fonte de exploração, e o mantém tão insensível quanto.
A criação de Unidades de Conservação está atrelada a esta lógica utilitarista, atribuindo à biodiversidade valor econômico para a criação de novos remédios, matérias-primas e até novos alimentos, inclusive tornando-a moeda corrente, como vemos hoje com o advento do conceito dos sumidouros de carbono.
O Ecoturismo deve rever esses paradigmas da sociedade contemporânea e compreender que qualquer atividade educativa deve estar embasada numa postura participativa de integração, com alto envolvimento afetivo, que proporcione vivências únicas aos educandos, para que, desta forma, possam iniciar o seu processo de transformação.
Apesar de aparentemente utópico, é possível consolidar estes novos conceitos e realizar experiências gratificantes, onde o visitante possa vivenciar a desfragmentação de seu universo e interagir com a natureza de modo íntegro, puro, realmente natural, sentir-se agente ativo da mudança e tornar-se multiplicador deste espírito. Se o Ecoturismo proporcionar um contato não superficial com áreas naturais, haverá a possibilidade dos seus praticantes se integrarem ao ritmo natural das coisas, incluírem-se neste processo e descobrirem-se como agentes receptivos de emoções.
Entretanto, as instituições brasileiras voltadas para a organização e execução do Ecoturismo vêm se estruturando a partir de um outro paradigma, e possuem hoje um caráter essencialmente empresarial. Funcionam dentro da lógica do mercado, que prioriza os aspectos voltados à prestação de serviços e ao retorno econômico em detrimento dos conservacionistas e educativos de revalorização do natural. Supõem que o simples contato com a natureza é suficiente para mudar o comportamento do turista perante o meio ambiente.
O setor copia os conceitos convencionais do turismo, onde o cliente “exige” uma infra-estrutura padronizada que promove a ele um conforto similar ao que possui em seu dia-a-dia. Não há valorização das experiências autênticas de contato com o simples, com o rústico, mas simplesmente e imposição de roteiros onde a “convivência com a natureza” se dá com todo “conforto urbano”. Tal prática padroniza a vivência, superficializa a percepção, anestesia a sensibilização e faz com que tudo se torne “fabricado”, souvenires para o turista ver e comprar.
Vale lembrar que, sem respeitar seus três pressupostos básicos (benefícios às comunidades receptivas, conservação do ambiente natural e sócio-cultural, e Educação Ambiental) nenhuma atividade pode ser considerada como ecoturística.
Todo ecoturista deveria ter um comportamento coerente com todos os princípios básicos do Ecoturismo, ou seja, respeitar a natureza, tentando entender como funciona o meio ambiente do local visitado sem destruí-lo; conhecer novas culturas e tradições das comunidades locais, sem distorcê-las.
Entretanto, com a atual tendência de “massificação” do ecoturismo, o que se tem percebido é um comportamento contrário. O ecoturista se preocupa em conhecer paraísos ecológicos, mas nem sempre em preservá-lo. Muitas vezes, o visitante não entra em contato com novos culturas das populações locais a fim de aprender com elas, mas sim a título de curiosidade, ou para levar souvenires para casa. Isso sem falar na “exigência” de que os serviços prestados sejam “compatíveis” com sua condição de “turista urbano”. Ou seja, o turista não busca as “diferenças” mas sim a “padronização”.
O ideal do Ecoturismo deveria ser a conscientização de seus praticantes de que por si, só constitui uma atividade turística diferente e que, por isso, eles terão que abrir mão de alguns hábitos e “necessidades”. É simplesmente uma questão de coerência: os lugares visitados apresentam uma realidade totalmente diferenciada e se cada turista carregar ou exigir seu tipo de alimentação, seu tipo de acomodação, seu estilo de vida em geral; com o passar dos anos, esses locais não terão mais as características peculiares, se tornando “lugares comuns” e não mais atrairá ecoturistas.
Atualmente a indústria de turismo e hotelaria vem sofrendo transformações em sua essência. A mudança de paradigma é global e envolve a transferência do enfoque puramente econômico para outro preocupado com a preservação do meio ambiente natural e social. Talvez aquela antiga frase ”O cliente sempre tem razão” ou até mesmo a atual tendência dos meios de hospedagem em oferecer serviços de “alta qualidade”, superando e antecipando os desejos e necessidades dos hóspedes, tenha uma conotação diferente para o Ecoturismo. O praticante de Ecoturismo deve exigir essa mudança quando contrata serviços no setor do Ecoturismo. Só assim ele estará contribuindo com as mudanças nas organizações, levando-as a repensarem sua maneira de gestão, buscando minimizar os impactos ao meio ambiente através de novas alternativas sustentáveis. Este guia vai ajudá-lo nessa tarefa.
Zysman Neiman
A tomada de consciência sobre a degradação ambiental detonou, no final do século XX, uma reflexão sobre a lógica econômica e o equilíbrio planetário que condiciona a sobrevivência da humanidade. Dentre os diversos movimentos surgidos desde então, o Ecoturismo desponta como fenômeno social e econômico.
A sociedade contemporânea, como se encontra organizada, é quase sempre carente do contato direto com a natureza. É privada, portanto, das oportunidades de vivências pessoais e de crescimento espiritual decorrentes dessa ligação. Esse contato direto oferece a possibilidade de experimentarmos “velhas emoções” e resgatarmos sentimentos pessoais que foram esquecidos no processo de desenvolvimento da nossa sociedade. O crescimento do número de visitas às áreas naturais nos últimos anos vem nos mostrar que, tal como das artes, precisamos do contato com a Natureza selvagem, com a nossa fonte de vida. O alerta para a provável escassez dos bens naturais despertou os indivíduos adormecidos às questões ambientais, que mais que depressa se viram “obrigados a conhecer” esses atrativos antes que se esgotem. Isso transformou as paisagens e seres em “produtos” e atraiu mercados.
O ecoturismo iniciou-se como atividade econômica no Brasil em meados da década de 1980, e desde então tem crescido em todas as regiões do país nas quais há belas paisagens naturais e os aspectos tradicionais da cultura são marcantes, sendo possível encontrar nessas localidades agências, hotéis e pousadas que oferecem pacotes ecoturísticos.
A definição do Ecoturismo prevê que os indivíduos possam entrar em contato com as áreas naturais garantindo a sua sustentabilidade econômica e ecológica, incluindo-se aí suas populações tradicionais que assumem a responsabilidade de cuidar e, através de sua cultura, integrar-se a essas áreas de modo a preservar seu equilíbrio.
O Ecoturismo é hoje uma atividade que funciona como instrumento de aproximação entre o ser humano e o meio ambiente selvagem, principalmente em Unidades de Conservação, incorporando alguns pressupostos, como o questionamento de valores, a aprendizagem através da experiência, e a promoção da busca de reformulações para os aspectos indesejáveis da vida cotidiana. É portanto, uma atividade educativa. Pode-se aproveitar a situação de contato para incorporamos a importância da conservação da natureza, de uma forma agradável e bem contextualizada. Numa viagem de Ecoturismo deve-se refletir sobre o que é de fato necessidade, segurança, conforto ou o que é supérfluo, apontando para uma reformulação da questão da individualidade/individualismo nos processos coletivos. O ambiente natural precisa deixar de ter apenas valor utilitário ou comercial e passar a ter valor existencial. Se ele precisa existir para que eu também exista, devo ter cuidados com ele sem esperar algo em troca.
A busca do “eu interior”, da beleza, da estética, do diferente e do primitivo é uma constante no discurso dos praticantes do Ecoturismo, mas essa pretensão não afasta um sentimento essencialmente egocêntrico. Crer na existência de espaços naturais como mero pré-requisito para sua existência, não o diferencia daqueles para os quais a natureza é fonte de exploração, e o mantém tão insensível quanto.
A criação de Unidades de Conservação está atrelada a esta lógica utilitarista, atribuindo à biodiversidade valor econômico para a criação de novos remédios, matérias-primas e até novos alimentos, inclusive tornando-a moeda corrente, como vemos hoje com o advento do conceito dos sumidouros de carbono.
O Ecoturismo deve rever esses paradigmas da sociedade contemporânea e compreender que qualquer atividade educativa deve estar embasada numa postura participativa de integração, com alto envolvimento afetivo, que proporcione vivências únicas aos educandos, para que, desta forma, possam iniciar o seu processo de transformação.
Apesar de aparentemente utópico, é possível consolidar estes novos conceitos e realizar experiências gratificantes, onde o visitante possa vivenciar a desfragmentação de seu universo e interagir com a natureza de modo íntegro, puro, realmente natural, sentir-se agente ativo da mudança e tornar-se multiplicador deste espírito. Se o Ecoturismo proporcionar um contato não superficial com áreas naturais, haverá a possibilidade dos seus praticantes se integrarem ao ritmo natural das coisas, incluírem-se neste processo e descobrirem-se como agentes receptivos de emoções.
Entretanto, as instituições brasileiras voltadas para a organização e execução do Ecoturismo vêm se estruturando a partir de um outro paradigma, e possuem hoje um caráter essencialmente empresarial. Funcionam dentro da lógica do mercado, que prioriza os aspectos voltados à prestação de serviços e ao retorno econômico em detrimento dos conservacionistas e educativos de revalorização do natural. Supõem que o simples contato com a natureza é suficiente para mudar o comportamento do turista perante o meio ambiente.
O setor copia os conceitos convencionais do turismo, onde o cliente “exige” uma infra-estrutura padronizada que promove a ele um conforto similar ao que possui em seu dia-a-dia. Não há valorização das experiências autênticas de contato com o simples, com o rústico, mas simplesmente e imposição de roteiros onde a “convivência com a natureza” se dá com todo “conforto urbano”. Tal prática padroniza a vivência, superficializa a percepção, anestesia a sensibilização e faz com que tudo se torne “fabricado”, souvenires para o turista ver e comprar.
Vale lembrar que, sem respeitar seus três pressupostos básicos (benefícios às comunidades receptivas, conservação do ambiente natural e sócio-cultural, e Educação Ambiental) nenhuma atividade pode ser considerada como ecoturística.
Todo ecoturista deveria ter um comportamento coerente com todos os princípios básicos do Ecoturismo, ou seja, respeitar a natureza, tentando entender como funciona o meio ambiente do local visitado sem destruí-lo; conhecer novas culturas e tradições das comunidades locais, sem distorcê-las.
Entretanto, com a atual tendência de “massificação” do ecoturismo, o que se tem percebido é um comportamento contrário. O ecoturista se preocupa em conhecer paraísos ecológicos, mas nem sempre em preservá-lo. Muitas vezes, o visitante não entra em contato com novos culturas das populações locais a fim de aprender com elas, mas sim a título de curiosidade, ou para levar souvenires para casa. Isso sem falar na “exigência” de que os serviços prestados sejam “compatíveis” com sua condição de “turista urbano”. Ou seja, o turista não busca as “diferenças” mas sim a “padronização”.
O ideal do Ecoturismo deveria ser a conscientização de seus praticantes de que por si, só constitui uma atividade turística diferente e que, por isso, eles terão que abrir mão de alguns hábitos e “necessidades”. É simplesmente uma questão de coerência: os lugares visitados apresentam uma realidade totalmente diferenciada e se cada turista carregar ou exigir seu tipo de alimentação, seu tipo de acomodação, seu estilo de vida em geral; com o passar dos anos, esses locais não terão mais as características peculiares, se tornando “lugares comuns” e não mais atrairá ecoturistas.
Atualmente a indústria de turismo e hotelaria vem sofrendo transformações em sua essência. A mudança de paradigma é global e envolve a transferência do enfoque puramente econômico para outro preocupado com a preservação do meio ambiente natural e social. Talvez aquela antiga frase ”O cliente sempre tem razão” ou até mesmo a atual tendência dos meios de hospedagem em oferecer serviços de “alta qualidade”, superando e antecipando os desejos e necessidades dos hóspedes, tenha uma conotação diferente para o Ecoturismo. O praticante de Ecoturismo deve exigir essa mudança quando contrata serviços no setor do Ecoturismo. Só assim ele estará contribuindo com as mudanças nas organizações, levando-as a repensarem sua maneira de gestão, buscando minimizar os impactos ao meio ambiente através de novas alternativas sustentáveis. Este guia vai ajudá-lo nessa tarefa.
Atrevimento
um diario pra ser compartilhado!
grande atrevimento
pequeno desejo
realização!
observ0 aviões deslizando na pista, aprimorando o momento certo,enchendo o ar com aquele ruido estrondoso com atenta admiração, como se compartilhasse tamanha complexidade.
hoje, ao caminhar paralelamente à pista do aeroporto, como faço quase todos os dias, percebi que as vezes a gente ja fez todo o preparo para a decolagem, ja levantou voo, mas ainda nao percebeu que esta no ceu!
grande atrevimento
pequeno desejo
realização!
observ0 aviões deslizando na pista, aprimorando o momento certo,enchendo o ar com aquele ruido estrondoso com atenta admiração, como se compartilhasse tamanha complexidade.
hoje, ao caminhar paralelamente à pista do aeroporto, como faço quase todos os dias, percebi que as vezes a gente ja fez todo o preparo para a decolagem, ja levantou voo, mas ainda nao percebeu que esta no ceu!
domingo, 7 de fevereiro de 2010
contribução poetica de Braz Uzuelle
"Bolsos e Cabeças cheios
de grana uns
de lama outras
de drama uns
de tramas uns e outras
assim como
mãos vazias
vadias."
de grana uns
de lama outras
de drama uns
de tramas uns e outras
assim como
mãos vazias
vadias."
caminhando na represa....
depois que o sol tomou posse novamente dos ceus de Rio Preto, com exceção dos momentos que ainda as nuvens que se formaram ao longo do dia, resolvem desabar,hoje voltei a caminhar na represa.
Os verdes mais exuberantes; ao longo do percurso, varias pessoas distraidamente concentradas na paz e beleza circundantes; o sol forte sobre as aguas em movimentos delicados se refletiam nos meus olhos como pedra preciosa que se derrete ao toque de um Deus!
declaro meu amor pela natureza!
Os verdes mais exuberantes; ao longo do percurso, varias pessoas distraidamente concentradas na paz e beleza circundantes; o sol forte sobre as aguas em movimentos delicados se refletiam nos meus olhos como pedra preciosa que se derrete ao toque de um Deus!
declaro meu amor pela natureza!
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Ansiedade!
impiedosa
saqueia
meu instante
drena meus sonhos
desvia meus olhares
fecha meus ouvidos!
te quero do avesso
em verso e prosa
em cores
em formas
em branco e preto!
longe dos pensamentos viciados,
dentro dos instantes eternos
do puro sentir!
saqueia
meu instante
drena meus sonhos
desvia meus olhares
fecha meus ouvidos!
te quero do avesso
em verso e prosa
em cores
em formas
em branco e preto!
longe dos pensamentos viciados,
dentro dos instantes eternos
do puro sentir!
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
informações sobre -Verdade,Bem e Belo nas Ates
Quero esclarecer que o texto de" Verdade, Bem e Belo nas Artes", é um excerto do livro "Johrei e Gnose" de Braz Uzuelle.
Quanto à abreviatura: M.O. refere-se ao nome de Mokiti Okada, também chamado de Meishu Sama, o fundador da Igreja Messianica Mundial ( I.M.M.B), cujo objetivo principal é alinhar o ser humano com as praticas da Verdade - Bem - Belo.
Publicaremos outros trechos desse livro, gentilmente disponibilizados para nós, pelo autor,que alem de escritor é poeta e artista plástico.
sylvia
Quanto à abreviatura: M.O. refere-se ao nome de Mokiti Okada, também chamado de Meishu Sama, o fundador da Igreja Messianica Mundial ( I.M.M.B), cujo objetivo principal é alinhar o ser humano com as praticas da Verdade - Bem - Belo.
Publicaremos outros trechos desse livro, gentilmente disponibilizados para nós, pelo autor,que alem de escritor é poeta e artista plástico.
sylvia
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Verdade, Bem e Belo nas Artes - Braz Uzuelle
Mexa-se:
Disse alguém para o poeta
sem saber
que sua ação vai mais além,
e o universo, sua meta.
B.U
H. Lopes, pintor, amava loucamente Rebeca S. também artista.
Resolveu colocar na tela e em cores o alvo de sua devoção.
Põe-se a fazer o retrato da amada.
Vermelhos e rosas escorriam por entre os pincéis, corrigindo aqui, confirmando ali, acentuando boca, e retocando pupilas.
De inicio o desafio e a insegurança de, injusto não ser fiel à beleza negra do par de olhos, cultuados antes por palavras, agora em pincéis.
Lentamente , numa postura zen de reconhecimento, vai criando uma nova mulher, descobrindo e corrigindo anatomias e cores... Como um deus.
Terminada a obra, abandonou a musa e amada.
Procura agora, alguém que se pareça com o retrato.
Chegamos agora a uma parte absolutamente desnecessária à existência como um todo, e paradoxalmente, indispensável para o crescimento anímico e espiritual do ente humano. Trata-se do belo, definição genérica que abriga todas as lides estéticas e abstratas, sem o qual a evolução da espécie humana,
não teria sentido e motivação para alongar-se no tempo e no espaço.
Tratamos aqui principalmente de artes plásticas, reverenciando também e por extensão, a poesia, musica, teatro, arquitetura, e tudo aquilo que torna melhor a vida e as relações sociais no planeta.
Começamos dizendo que existem duas grandes definições nas artes; boa e má.
Como são extremamente conceituais e subjetivas tais avaliações, fechamos um pouco e dizemos que há arte honesta e desonesta; honesta, quando é fruto e manifestação da vida interior do artista criador, abstraindo e desconsiderando aqui valores de moral e costumes que são produtos do meio e da cultura.
Não existe nas artes o “politicamente correto”.
Não excluindo obviamente a ética, no seu sentido original grego que é “morada” -do ser- e não do dicionário no qual é sinônimo de “moral”.
Arte desonesta dispensa comentários; é vazia e só atende aos interesses imediatos do “artista”, que visa somente proveito próprio.
Ampliando um pouco dizemos que a boa arte implica em: consistência (verdade), problema (leva à reflexão) e solução (compreensão através da reflexão).
Na má “arte” ou obra medíocre não existe problema tampouco solução.
A obra relativamente boa propõe apenas problema ou perguntas.
Toda arte, pretensa ou real , reflete seu criador.
Chegamos aqui a uma dimensão e abordagem espiritual na arte, que dispensa códigos morais, porém respeita uma ética própria do criador, e quanto mais elevada à ética (e ótica) do artista maior sua obra.
Seu alcance transpõe os limites de uma estética formal -a estética é a negação da arte, segundo Heidegger.
Falando em ética, uma interpretação minha pra se chegar a esse valor “moral”, -imponderável no caso das artes, sendo essas atividades abstratas- é através do yukon citado por M.O, e que é: elemento incorpóreo no homem, ou entre ele e a divindade que serve como veículo de comunicação da entidade humana com a Grande Realidade, e ainda no meu entendimento equivale ao intercessor, ou anjo custódio, referido por “M” em seu “deuses
atômicos”. Questão de nomes.
Jackson Pollock, fazia uso desse Daimon Socrático e segundo ele, só criava em conexão direta e xamânica com tal entidade.
Se o vínculo se interrompia por alguma razão, ele parava de pintar imediatamente.
Quanto mais refinada –a ética- e acessado –o yukon- maior será a concordância com a verdade não relativa e absoluta universal, e grandiosa será a qualidade de persuasão e transformação na obra de um artista que despertou para a pluralidade de manifestação da forma que é ...Deus.
Alcança aqui o território da alma.
Como disse M.O; “-o belo interior em oposição ao belo formal” ou melhor dizendo, o belo formal é superado pelo belo interior. Chegamos aqui à famosa tríade; Verdade,Bem, e Belo tão discutida pela filosofia.
O Belo referido não é o “belo” relativo e personalista do indivíduo artista, embora seja essa “beleza” superior à arte desonesta citada no começo.
A “Magnus Opus” –arte maior- é abrangente e produto do gênio, sendo
essa atemporal, e não sujeita às correntes da moda e transcende
“manifestos”.
Essa arte desperta, transforma, e nela há Verdade Bem e Belo.
A PRÁTICA DO BELO
Dentro dessa trilogia proposta por M.O. e objetivo maior para a redenção e emancipação do gênero humano, a fruição, e melhor ainda a
prática do belo é da maior importância.
Não o belo vazio superficial e convencional , mas aquele que nos leva à consciência da Harmonia Cósmica Universal.
Dentro desse pensamento, a prática das artes conduz a um esvaziamento
do conteúdo mental mecânico e autônomo deixando espaço para a manifestação do Ser em nós, que é a perfeita tradução do... belo.
Tratamos aqui das artes plásticas, que é a nossa “praia”, não excluindo obviamente todas as lides estéticas.
“Um objeto é desconhecido por nós, até que o desenhemos” disse um pintor.
Propomos uma prática: pegue um objeto qualquer tendo nas mãos lápis e papel e comece a desenhá-lo sem a expectativa do resultado.
Não se preocupe com a forma do objeto, ou a reprodução e verossimilhança da peça modelo.
Mergulhe nos detalhes, como se você quisesse esquadrinhar os mais ocultos pensamentos de alguém.
Não se trata aqui de cópia, e muito menos de um resultado equivocadamente buscado. Aliás não há busca de nada.
O que há é percepção da ação em si. Essa concentração sem tensão trará uma presença, e uma consciência ampliada jamais sentida.
É como uma oração
Na verdade o resultado (obra criada) é um “bônus” e uma motivação para a prática constante - “Procure primeiramente o reino dos céus, e o resto se vos dará por acréscimo” diz a bíblia.
E então, como um milagre e na ausência de qualquer crítica, a beleza assoma e revela-se.
É nesse sentido que Dostoievski disse “O belo salvará o mundo” que é o
mesmo que dizer: “A consciência salva”.
M.O diz que: “a observação de uma obra de arte eleva o espírito”.
Pressuposto que seja uma “boa obra”, ou seja; de um artista consciente, iluminado, considerando que há vários níveis de consciência, e um artista
honesto -ainda que não seja permanentemente desperto-, na hora da criação tenha se conectado com seu Ser.
Transcrevemos aqui um trecho do livro “Os deuses atômicos” cujo autor usa o pseudônimo “M”; “... James Whistler, pintor americano (1834-93), autor de retratos e quadros de estilo próximo ao dos impressionistas, reconheceu que foram os últimos vinte minutos de trabalho absorto (grifo nosso) que fizeram do retrato de sua mãe, uma obra-prima.
Nessa obra, pode-se observar que os brocados das roupas parecem ter sido feitos sem o menor esforço, com precisão e segurança tais que tornam esse quadro absolutamente inestimável...”
Esse “absorto” do texto podemos entender como ausência absoluta de
conteúdos mentais descontinuados, e presença soberana do... Ser
Muitos artistas contemporâneos, que abandonaram a dimensão do plano -a pintura- e agora trabalham na esfera tridimensional, estão alinhados com a busca ou apropriação de um “espírito superior” na chamada arte conceitual,
ou instalação, -genericamente falando.
Anish Kapoor, artista indiano, propõe um mergulho no espírito -consciência- lidando com, e na terceira dimensão –matéria- para paradoxalmente penetrar na imaterialidade –espírito-.
Trabalha principalmente com o conceito hinduísta de Maya ou ilusão dos sentidos, no caso a ótica.
Sua obra aplica um “koan” –judô psicológico- na mente, através do qual o fruidor (expectador) entra no território do Ser.
Disse alguém para o poeta
sem saber
que sua ação vai mais além,
e o universo, sua meta.
B.U
H. Lopes, pintor, amava loucamente Rebeca S. também artista.
Resolveu colocar na tela e em cores o alvo de sua devoção.
Põe-se a fazer o retrato da amada.
Vermelhos e rosas escorriam por entre os pincéis, corrigindo aqui, confirmando ali, acentuando boca, e retocando pupilas.
De inicio o desafio e a insegurança de, injusto não ser fiel à beleza negra do par de olhos, cultuados antes por palavras, agora em pincéis.
Lentamente , numa postura zen de reconhecimento, vai criando uma nova mulher, descobrindo e corrigindo anatomias e cores... Como um deus.
Terminada a obra, abandonou a musa e amada.
Procura agora, alguém que se pareça com o retrato.
Chegamos agora a uma parte absolutamente desnecessária à existência como um todo, e paradoxalmente, indispensável para o crescimento anímico e espiritual do ente humano. Trata-se do belo, definição genérica que abriga todas as lides estéticas e abstratas, sem o qual a evolução da espécie humana,
não teria sentido e motivação para alongar-se no tempo e no espaço.
Tratamos aqui principalmente de artes plásticas, reverenciando também e por extensão, a poesia, musica, teatro, arquitetura, e tudo aquilo que torna melhor a vida e as relações sociais no planeta.
Começamos dizendo que existem duas grandes definições nas artes; boa e má.
Como são extremamente conceituais e subjetivas tais avaliações, fechamos um pouco e dizemos que há arte honesta e desonesta; honesta, quando é fruto e manifestação da vida interior do artista criador, abstraindo e desconsiderando aqui valores de moral e costumes que são produtos do meio e da cultura.
Não existe nas artes o “politicamente correto”.
Não excluindo obviamente a ética, no seu sentido original grego que é “morada” -do ser- e não do dicionário no qual é sinônimo de “moral”.
Arte desonesta dispensa comentários; é vazia e só atende aos interesses imediatos do “artista”, que visa somente proveito próprio.
Ampliando um pouco dizemos que a boa arte implica em: consistência (verdade), problema (leva à reflexão) e solução (compreensão através da reflexão).
Na má “arte” ou obra medíocre não existe problema tampouco solução.
A obra relativamente boa propõe apenas problema ou perguntas.
Toda arte, pretensa ou real , reflete seu criador.
Chegamos aqui a uma dimensão e abordagem espiritual na arte, que dispensa códigos morais, porém respeita uma ética própria do criador, e quanto mais elevada à ética (e ótica) do artista maior sua obra.
Seu alcance transpõe os limites de uma estética formal -a estética é a negação da arte, segundo Heidegger.
Falando em ética, uma interpretação minha pra se chegar a esse valor “moral”, -imponderável no caso das artes, sendo essas atividades abstratas- é através do yukon citado por M.O, e que é: elemento incorpóreo no homem, ou entre ele e a divindade que serve como veículo de comunicação da entidade humana com a Grande Realidade, e ainda no meu entendimento equivale ao intercessor, ou anjo custódio, referido por “M” em seu “deuses
atômicos”. Questão de nomes.
Jackson Pollock, fazia uso desse Daimon Socrático e segundo ele, só criava em conexão direta e xamânica com tal entidade.
Se o vínculo se interrompia por alguma razão, ele parava de pintar imediatamente.
Quanto mais refinada –a ética- e acessado –o yukon- maior será a concordância com a verdade não relativa e absoluta universal, e grandiosa será a qualidade de persuasão e transformação na obra de um artista que despertou para a pluralidade de manifestação da forma que é ...Deus.
Alcança aqui o território da alma.
Como disse M.O; “-o belo interior em oposição ao belo formal” ou melhor dizendo, o belo formal é superado pelo belo interior. Chegamos aqui à famosa tríade; Verdade,Bem, e Belo tão discutida pela filosofia.
O Belo referido não é o “belo” relativo e personalista do indivíduo artista, embora seja essa “beleza” superior à arte desonesta citada no começo.
A “Magnus Opus” –arte maior- é abrangente e produto do gênio, sendo
essa atemporal, e não sujeita às correntes da moda e transcende
“manifestos”.
Essa arte desperta, transforma, e nela há Verdade Bem e Belo.
A PRÁTICA DO BELO
Dentro dessa trilogia proposta por M.O. e objetivo maior para a redenção e emancipação do gênero humano, a fruição, e melhor ainda a
prática do belo é da maior importância.
Não o belo vazio superficial e convencional , mas aquele que nos leva à consciência da Harmonia Cósmica Universal.
Dentro desse pensamento, a prática das artes conduz a um esvaziamento
do conteúdo mental mecânico e autônomo deixando espaço para a manifestação do Ser em nós, que é a perfeita tradução do... belo.
Tratamos aqui das artes plásticas, que é a nossa “praia”, não excluindo obviamente todas as lides estéticas.
“Um objeto é desconhecido por nós, até que o desenhemos” disse um pintor.
Propomos uma prática: pegue um objeto qualquer tendo nas mãos lápis e papel e comece a desenhá-lo sem a expectativa do resultado.
Não se preocupe com a forma do objeto, ou a reprodução e verossimilhança da peça modelo.
Mergulhe nos detalhes, como se você quisesse esquadrinhar os mais ocultos pensamentos de alguém.
Não se trata aqui de cópia, e muito menos de um resultado equivocadamente buscado. Aliás não há busca de nada.
O que há é percepção da ação em si. Essa concentração sem tensão trará uma presença, e uma consciência ampliada jamais sentida.
É como uma oração
Na verdade o resultado (obra criada) é um “bônus” e uma motivação para a prática constante - “Procure primeiramente o reino dos céus, e o resto se vos dará por acréscimo” diz a bíblia.
E então, como um milagre e na ausência de qualquer crítica, a beleza assoma e revela-se.
É nesse sentido que Dostoievski disse “O belo salvará o mundo” que é o
mesmo que dizer: “A consciência salva”.
M.O diz que: “a observação de uma obra de arte eleva o espírito”.
Pressuposto que seja uma “boa obra”, ou seja; de um artista consciente, iluminado, considerando que há vários níveis de consciência, e um artista
honesto -ainda que não seja permanentemente desperto-, na hora da criação tenha se conectado com seu Ser.
Transcrevemos aqui um trecho do livro “Os deuses atômicos” cujo autor usa o pseudônimo “M”; “... James Whistler, pintor americano (1834-93), autor de retratos e quadros de estilo próximo ao dos impressionistas, reconheceu que foram os últimos vinte minutos de trabalho absorto (grifo nosso) que fizeram do retrato de sua mãe, uma obra-prima.
Nessa obra, pode-se observar que os brocados das roupas parecem ter sido feitos sem o menor esforço, com precisão e segurança tais que tornam esse quadro absolutamente inestimável...”
Esse “absorto” do texto podemos entender como ausência absoluta de
conteúdos mentais descontinuados, e presença soberana do... Ser
Muitos artistas contemporâneos, que abandonaram a dimensão do plano -a pintura- e agora trabalham na esfera tridimensional, estão alinhados com a busca ou apropriação de um “espírito superior” na chamada arte conceitual,
ou instalação, -genericamente falando.
Anish Kapoor, artista indiano, propõe um mergulho no espírito -consciência- lidando com, e na terceira dimensão –matéria- para paradoxalmente penetrar na imaterialidade –espírito-.
Trabalha principalmente com o conceito hinduísta de Maya ou ilusão dos sentidos, no caso a ótica.
Sua obra aplica um “koan” –judô psicológico- na mente, através do qual o fruidor (expectador) entra no território do Ser.
compartlhando ideias...
Percepção social da natureza, representações e valores simbólicos
Zysman Neiman[1]
A questão ambiental é tema recorrente do debate social atual. É uma construção social relevante de uma sociedade que se tornou reflexiva sobre seus próprios rumos, que busca uma nova racionalidade, que almeja a sustentabilidade. Nesse contexto, a cooperação volta a ter uma dimensão relevante e a busca de um novo paradigma alternativo para o futuro da civilização se torna anseio de todos.
A Educação Ambiental tem como um de seus objetivos formar cidadãos conscientes de sua relação com a natureza e com seu habitat, devendo primar pela formação de pessoas que almejem a sustentabilidade, ajam na busca de soluções para o uso racional dos recursos naturais, de modo que as futuras gerações possam também usufruí-los.
Ecologizar a sociedade é introduzir a variável ecológica onde antes só havia a preocupação com o desenvolvimento econômico. Envolver os atores sociais que participam da discussão sobre a questão ambiental não tem sido suficiente para a conquista de novos valores. Mais do que conscientizar (campo da “razão”) é preciso sensibilizar (universo restrito das “emoções”), questionar o paradigma central do capitalismo, e não apenas adaptá-lo a uma suposta “nova” racionalidade ecológica.
O contato com ecossistemas nativos é vital para o ser humano e promove o sentimento de pertencimento ao território. Por esse motivo, o Ecoturismo, entendido como instrumento de Educação Ambiental, pode contribuir para a construção de representações e significados no imaginário social e transformar a relação do ser humano com o ambiente. A percepção da beleza dos destinos, carregada de simbolismo, remete seus adeptos à busca de um ideal de paisagem onde a ética e a estética têm papel de destaque. Os elos com a localidade e com as outras pessoas, renovados sobre uma outra perspectiva, passam a orientar as ações dos sujeitos. Desta forma, os destinos ecoturísticos passam a significar lugares presentes na vida dos indivíduos, e não mais aqueles longínquos e misteriosos “paraísos” inaccessíveis, Ou seja, cria-se uma nova identidade, um vínculo afetivo entre sujeito e lugar.
O Ecoturismo, caso se proponha a atrelar o contato com a natureza ao pensamento simbólico, restaurar equilíbrios através do afloramento de comportamentos ancestrais, e não fugir da responsabilidade de construir novos paradigmas a partir de uma nova perspectiva de pensamento, menos linear e mais sistêmico, poderá enfim, conquistar o sucesso tão almejado pelos educadores ambientais. Gostar da natureza pode ser um sentimento afetado por representações sociais, o que reforça a importância de como será conduzido, dirigido, o contato com a natureza em atividades de Ecoturismo. Alguns elementos do Ecoturismo que favorecem a Educação Ambiental são fundamentais: o contato deve ser intenso, deve haver apoio de um grupo (essas atividades devem ser feitas coletivamente), e deve haver superação de barreiras.
O próprio sentimento preservacionista é um conceito antropocêntrico, uma vez que é o ser humano quem decide o que preservar ou não. Mas, além desse antropocentrismo, há uma percepção mais genuína de que existe uma ordem, e que a mesma é bonita, uma fonte estética. A flor e os animais não sabem que são bonitos. A vantagem do ser humano é que ele tem um olhar capaz de abstrair-se dele mesmo ter uma empatia com a natureza. E na hora que se entra em empatia é que se compreende como ela funciona Esta é a grande conquista do ser humano. Assim, é preciso reconhecer que quanto mais humanos desejamos ser, menos “racionais” nos devemos tornar. Buscar o lado sensível, paulatinamente abandonado desde o iluminismo, parecer ser o caminho único possível para nossa re-humanização, por mais paradoxo que isso possa parecer.
[1] Professor da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar – Campus Sorocaba e Diretor Presidente do Instituto Physis – Cultura & Ambiente. zysman@physis.org.br
Zysman Neiman[1]
A questão ambiental é tema recorrente do debate social atual. É uma construção social relevante de uma sociedade que se tornou reflexiva sobre seus próprios rumos, que busca uma nova racionalidade, que almeja a sustentabilidade. Nesse contexto, a cooperação volta a ter uma dimensão relevante e a busca de um novo paradigma alternativo para o futuro da civilização se torna anseio de todos.
A Educação Ambiental tem como um de seus objetivos formar cidadãos conscientes de sua relação com a natureza e com seu habitat, devendo primar pela formação de pessoas que almejem a sustentabilidade, ajam na busca de soluções para o uso racional dos recursos naturais, de modo que as futuras gerações possam também usufruí-los.
Ecologizar a sociedade é introduzir a variável ecológica onde antes só havia a preocupação com o desenvolvimento econômico. Envolver os atores sociais que participam da discussão sobre a questão ambiental não tem sido suficiente para a conquista de novos valores. Mais do que conscientizar (campo da “razão”) é preciso sensibilizar (universo restrito das “emoções”), questionar o paradigma central do capitalismo, e não apenas adaptá-lo a uma suposta “nova” racionalidade ecológica.
O contato com ecossistemas nativos é vital para o ser humano e promove o sentimento de pertencimento ao território. Por esse motivo, o Ecoturismo, entendido como instrumento de Educação Ambiental, pode contribuir para a construção de representações e significados no imaginário social e transformar a relação do ser humano com o ambiente. A percepção da beleza dos destinos, carregada de simbolismo, remete seus adeptos à busca de um ideal de paisagem onde a ética e a estética têm papel de destaque. Os elos com a localidade e com as outras pessoas, renovados sobre uma outra perspectiva, passam a orientar as ações dos sujeitos. Desta forma, os destinos ecoturísticos passam a significar lugares presentes na vida dos indivíduos, e não mais aqueles longínquos e misteriosos “paraísos” inaccessíveis, Ou seja, cria-se uma nova identidade, um vínculo afetivo entre sujeito e lugar.
O Ecoturismo, caso se proponha a atrelar o contato com a natureza ao pensamento simbólico, restaurar equilíbrios através do afloramento de comportamentos ancestrais, e não fugir da responsabilidade de construir novos paradigmas a partir de uma nova perspectiva de pensamento, menos linear e mais sistêmico, poderá enfim, conquistar o sucesso tão almejado pelos educadores ambientais. Gostar da natureza pode ser um sentimento afetado por representações sociais, o que reforça a importância de como será conduzido, dirigido, o contato com a natureza em atividades de Ecoturismo. Alguns elementos do Ecoturismo que favorecem a Educação Ambiental são fundamentais: o contato deve ser intenso, deve haver apoio de um grupo (essas atividades devem ser feitas coletivamente), e deve haver superação de barreiras.
O próprio sentimento preservacionista é um conceito antropocêntrico, uma vez que é o ser humano quem decide o que preservar ou não. Mas, além desse antropocentrismo, há uma percepção mais genuína de que existe uma ordem, e que a mesma é bonita, uma fonte estética. A flor e os animais não sabem que são bonitos. A vantagem do ser humano é que ele tem um olhar capaz de abstrair-se dele mesmo ter uma empatia com a natureza. E na hora que se entra em empatia é que se compreende como ela funciona Esta é a grande conquista do ser humano. Assim, é preciso reconhecer que quanto mais humanos desejamos ser, menos “racionais” nos devemos tornar. Buscar o lado sensível, paulatinamente abandonado desde o iluminismo, parecer ser o caminho único possível para nossa re-humanização, por mais paradoxo que isso possa parecer.
[1] Professor da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar – Campus Sorocaba e Diretor Presidente do Instituto Physis – Cultura & Ambiente. zysman@physis.org.br
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